quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Manual da Vida





Observando a vida penso que tudo poderia ser mais fácil se existisse um manual de como se viver, se em suas páginas trouxesse detalhadamente a maneira mais acertada de utilizarmos nosso tempo e conseqüentemente de vivermos. Um manual que nos ensinasse a brincar ativamente na infância, a ouvir o conselho dos pais, e a não se preocupar em ficar mais velho logo. Poderia nos ensinar também que a rebeldia da adolescência é desnecessária, que passear com os pais é tão bom quanto passear com os amigos e que o mundo não vai acabar por não termos o tênis da moda. Uma informação importantíssima seria mostrar valor do saber, muito mais que a obtenção de um mero diploma. Como seria bom se um capítulo deste manual nos mostrasse que as pessoas são únicas, são diferentes, e que essa diferença é que faz a riqueza da humanidade, e o quanto seria importante respeitar essas diferenças. Para que ele fosse completo poderia nos ensinar a cuidar de nossos filhos com carinho, com respeito e acima de tudo preparando-os de forma correta para a vida. E para finalizar, que esse manual nos ensinasse a conviver com os sinais do tempo, nos mostrasse o valor de toda a experiência e sabedoria acumulada na vida, que os cabelos ficam brancos para demonstrar que a mente está mais iluminada que antes. Infelizmente esse manual não existe, e mais triste ainda é constatar que se ele existisse não acreditaríamos nele, provavelmente nem o leríamos, pois não acreditamos verdadeiramente naquilo que pode tornar nossa vida mais fácil. A única experiência que realmente aceitamos é a nossa própria, a experiência da tentativa e erro, não a experiência passada através do conhecimento do outro. Acabamos por escrever um manual inteiramente próprio, um manual de como se viver bem, de como ser feliz, de como não desperdiçar os momentos mágicos da vida, e que por ironia só o compreendemos quando a vida já se passou.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Tudo Mudou




E tudo mudou...
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib, Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM

A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou musse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service

A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD

Afita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email

O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também

O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis

Polícia e ladrão virou counter strike

Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato

Chico sumiu da FM e tv

Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!

A maconha é calmante

O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
... De tudo.

Inclusive de notar essas diferenças.

(Luiz Fernando Veríssimo)

domingo, 26 de outubro de 2008

As Walkírias

Pega meu corpo de boneca
inflável
— língua nos meus dedos devagar.
Aproveita que não éramos
uma Penélope recalcada
que perdeu seu homem pra
uma feiticeira.
Nós éramos a feiticeira.
Pega meu corpo de boneca
inflável
— palavrões nos meus ouvidos.
Queríamos ser a
Maria Magdalena
pra ter a certeza
que conseguiríamos corromper
o cristo.
Nós éramos a prostituta.
Pega meu corpo de boneca
inflável
e me acaricia na nuca,
que eu não era uma
Camélia prostrada
e a Branca de Neve
que conhecemos era só
mais um vírus na internet.
Nós éramos a maçã.
Pega meu corpo de boneca
inflável
— me morde nas coxas.
Que eu não tinha as neuras
de Mrs. Dalloway
nosso dia nos possuía em 52h e
e no nosso cardápio
não entrava baratas.
Nós éramos as donas da casa.
Pega meu corpo de boneca
inflável
— me espanca, faz o que quiser.
Pois há muito estupraram o amor
e não havia nada
que sobrevivesse à cama,
nosso front, nossa trincheira,
com estratégias jamais reveladas
em revistas femininas.
Pega meu corpo de boneca
inflável
que não era hora de se pensar.
A cama
o transe
e o nada.
sucumbido ali no meu corpo:
um homem
como muitos outros homens.
E se por acaso você não me obedecesse
e me largasse sozinha por aí,
encontraria um outro dia
o sorriso sensual
da soberba indiferença,
que sacode os ombros e
dá as costas decotadas no
passo afirmado do salto.
Nós éramos Walkírias.
éramos guerreiras
nós éramos as Walkírias.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Arrisque!




Quantas vezes você já deu uma resposta automática a um convite levando em conta experiências anteriores das quais se lembrava?
E quantas vezes deixou de fazer coisas só porque já classificou aquilo entre as coisas que não são boas... e que você não gosta?

Já notaram como escolhemos as coisas pelas experiências que passamos e nos esquecemos de um pequeno detalhe que faz toda a diferença. Nada se repete exatamente da mesma maneira nem uma única vez... Mudamos nós... mudam as pessoas... mudam as energias de cada dia... e muda a combinação de todos esses fatores...
O tempo flui ininterruptamente trazendo a cada dia energias únicas, e que combinadas com nossos momentos podem fazer com que a mesma experiência que foi ruim em um dia seja boa no outro e vice-versa.

Por que será que insistimos tanto em repetir o “bom” e em repelir o “ruim” e nunca... ou quase nunca nos lembramos que o que foi bom ou ruim foi a combinação do nosso estado de ser com aquele determinado dia, com determinada configuração de fatos e de pessoas que fizeram aquelas experiências inesquecíveis ou... dignas de serem completamente apagadas...
Tentar repetir situações e evitar outras nos faz perder a maior parte do presente da vida.

Com a nossa mania de querer garantias quase nunca nos permitimos experimentar o novo que vem em cada dia... e muito menos dar uma chance a nossa intuição... ao caminho do coração.
Em vez disso... a qualquer convite do dia já respondemos automaticamente levando em conta nosso infindável arquivo de experiências passadas que, consciente ou inconscientemente, continuam filtrando as nossas escolhas.

Às vezes fico pensando que a cada dia deveríamos arriscar dar um salto no desconhecido...
Abandonar tudo que sabemos que gostamos ou não... e experimentarmos coisas como se as tivéssemos conhecendo pela primeira vez... sem o crivo da razão e, tendo como guia o coração... seguir caminhos que sejam indicados, mesmo que isso represente fazer coisas que nunca imaginamos poderíamos fazer.

Na realidade, sempre vivemos tudo pela primeira vez se levarmos em conta toda a combinação de energias únicas de cada momento... mas a nossa disposição de acreditar que aquilo é uma repetição... que foi boa ou ruim... nos faz perder essa oportunidade mágica... dia após dia... ano após ano... E assim a vida corre plena de possibilidades que passam por nossos olhos... filtradas por óculos de velhas experiências e crenças que não nos deixam enxergar o fluir do novo...

Uma gama enorme de possibilidades está ao nosso alcance e nos nem percebemos...

Já pensou entrar em um novo dia... e, quando chegar a hora de escolher o que vai fazer, você se esquecesse do que gosta e do que não gosta e se deixasse guiar pela intuição... Experimentar olhar com olhos diferentes para tudo, se abrindo para os sinais do Universo...
Trocar o caminho já tão percorrido... que nossas memórias guardam, por caminhos abertos por uma pessoa nova... que tem coragem de seguir o coração e ir com Ele até o fim...

O Universo se comunica com a gente o tempo todo... nós é que às vezes damos pouco espaço para ouvir o que Ele está nos falando... porque já temos todas as respostas prontas no subconsciente.

Quem nunca se surpreendeu ao ir a um lugar que não queria, porque sabia que não gostava e, meio forçado teve que ir e acabou gostando muito?

Eu já... assim como também já repeti muitas coisas só porque gostei muito... e não consegui mais encontrar aquele sabor que me fez colocar aquelas coisas entre as que gosto.

Será que conseguiríamos viver sem essas intermináveis listas do que gostamos ou não e teríamos coragem de dar uma chance para estar desprevenidos diante de um novo dia... Desprevenidos mesmo... como se tivéssemos uma amnésia passageira e pudéssemos usar, como bússola para nos guiar, somente a nossa intuição.
Talvez o novo que tanto esperamos já esteja aí e nós não o experimentamos porque estamos presos ainda a toda essa carga que nos faz escolher as coisas pelo passado...

A chave está em nossas mãos... o novo está diante de nós... por que não arriscar?

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Novo Gosto




Qual o verdadeiro sentido do novo gosto?


Em meio a frases crifradas percebo que aos poucos e começo a criar um novo "gosto" para a vida, vejo que meus bloqueios aos poucos vão se dissipando, e encontro um novo sentido, um novo gosto. Tudo isso veio atráves de uma grande "ajuda" ou quem sabe de um gande abrir de olhos, quando temos algumas decepções na vida decidimos, por uma questão de instinto e proteção, nos bloquear, não por completo mas em certos assuntos e aspectos que nos magoaram muito em outras fases da vida, e reconheço que isso nem sempre faz bem à nós, pois abre e fecha portas para várias possibilidades, fecha pois decidimos que não queremos mais nos envolver com pessoas, com trabalho ou simplesmente com coisas que sabemos que nos deixam mal, então nos fechamos... abre portas porque resolvemos focar em outros objetivos, em outras metas decidimos ficar mais brutos e nos concentrar em nossas tarefas afim de fugir da realidade ou até mesmo da verdade, claro para nós meros mortais é muito mais fácil fugir do que não queremos ver, mais ainda de não querer enfrenta a verdade ou os nossos principais medos de frente, e lutar por eles, é mais fácil jogarmos tudo dentro de uma gaveta, fecha-lá e deixar lá esquecido como se fosse um velho álbum de recordação que só nos trás dúvidas e lembranças as quais fazemos o maior esforço para esquece-las, é muito melhor jogá-las ao vento e deixar que a brisa primaveril as leve e rezamos em prece forte para que o destino, na próxima primavera, não as traga de volta, mas tenho de admitir que apesar de fazermos tudo isso lá no fundo do nosso verdadeiro eu temos a certeza de que as coisas não funcionam bem assim e que um dia num piscar de olhos elas voltam revirando tudo que foi arrumado e estratégicamente recolocado em seu lugar, chega com um vendaval de uma grande tempestade que se aproxima e sem nem mesmo pedir-nos licença revira tudo, como uma papelada deixada sobre a mesa, ai você percebe que por um mero discuido seu, você havia deixado a janela aberta e que agora você sabe que diante de tal fato será um trabalho muito arduo reorganizar tudo novamente como você havia organizado, ou até mesmo idealizado. Ai me paro a refletir nesse acaso e me pergunto em silêncio... será que foi descuido meu ou foi decisão do destino achando que já era hora do passado virar realmente passado e o presente começar a abrigar o seu novo lar? pois sabemos que se desfazer das coisas do passado não é tão simples assim ainda mais quando elas permaneceram por anos em sua vida como uma marca, uma identidade, resolvo então pensar que foi culpa de ambos, minha porque não tranquei minha janela como deveria, do destino porque ele sabe a hora certa em que as coisas devem acontecer afinal ele é o senhor do tempo e das coisas, mas digo a você bem que ele poderia ter batido na janela e perguntado a mim se estava disposta a aceitar o que chamo hoje de "o novo gosto"... mas ai vem em minha mente um pensamento que tenho certeza que antes dele tomar esta brusca atitude o destino pensou:"Se eu perguntar a ela se ela se encontra disposta a aceitar o novo gosto que a trago tenho a absoluta certeza de ela irá me responder que não que no momento encontra-se fechada para visitações hehe então sabendo de sua resposta decido invadir para renovar os ares e dar-lhe mais alegrias e lhe mostrar que a vida não é feita apenas de trabalho, estudos e outros afins, quero mostrar-lhe que uma nova brisa está chegando, um novo gosto se aproxima e que sua vida pode se alegrar em apenas um toque... o toque do sorriso cativante que lhe trago, tenho certeza de que ela nunca esquecerá dele." Depois de bater um papo com meu destino, sim pois precisava entender tal atitude sua, precisava esclarecer algumas pendências e perguntar sobra quais eram suas reais intenções... ou pensa o destino que é só chegar assim mandando e revirando tudo que eu vou aceitar sem nem ao menos dar um pitaco, hã doido ele pensar nisso, e como se não me conhecesse, ele aceitou a proposta de imediato, então juntos saimos em uma viajem para reavaliar os antigos acontecimentos e as novas perspectivas, demos uma ajeitada na bagunça, uma limpada numas coisas que andavam empoeiradas, e uma renovada nos conceitos, após tamanha faxina ele decide me mostrar as coisas novas que me trazia e confesso que fiquei surpresa com que via, as possibilidades eram muitas as coincidências eram demais, as palavras soavam como música, ou melhor como embalo de uma melodia tipo daquelas que você não se cansa de escutar, contou-me do seu ponto de vista em relação a nova bonança, após sua rápida análise me paro em pose de pensadora e começo a reavaliar muitas coisas que nos últimos meses vinham me cutucando e que sempre deixava para depois, provavelmente com um certo medo de enfrentá-las ou quem sabe com um certo medo de perde-lás de vez? bom sei que resolvi colocar tudo em cima da mesa e organizar o que ia para o lixo e o que ficava comigo, após esta façanha resolvo limpar uma gaveta para poder colocar nela as coisas novas que vinham surgindo, as novas propostas, os novos amores, as novas conquistas, e quem sabe não dizer a nova vida e a velha forma de vivê-la pois de velho só restou a forma e as fórmulas que a tempos havia guardado com a intenção de esquecê-las, porque não voltar a ser a velha Bárbara, aquela que todos admiravam e procuravam como companhia, a festeira, a alegre, a que faz as pessoas rirem das suas maiores desgraças, a que fala bobagens nos momentos difíceis não por se uma pessoa fútil mas por ser uma pessoa que não aceita ver a tristeza estampada no rosto de seus poucos e melhores amigos, porque não tentar novamente? É Bárbara Johnson! Porque não tentar de novo, por medo? por dúvidas? por desencontros? não, acho que pelo simples fato de que agora você está se reencontrando novamente atráves de pessoas que estão fazendo despertar em você coisa que você havia esquecido ou guardado em meio a segredos e confetis de outros carnavais, ta mais do que na hora de você se abrir novamente para coisas que podem vir a dar certo e se não derem sei que você tira isso de letra como sempre tirou e nunca se esquecendo que se achar que é impossivel joga pra cima que Deus segura, o máximo que possa acontecer é cair em sua cabeça novamente, mas nada que lhe cause mal, como você mesmo diz a todos seus amigos "relaxa a vida é um morango" e é mesmo, basta você fazer dele azedo como a dúvida, a indiferença ou o medo... ou doce como a ternura, a beleza e a fascinação, deixe as besteiras de lado e bola pra frente não pense muito nas consequências pense que depois você decide o que faz com elas, viva o atual momento como se fosse o último raio de sol e aproveite cada minuto como se fosse uma estrela cadente que aparece de tempos em tempos ou como se fosse a última a aparecer em seu céu. Mostre que estás de volta mais bela, mais simples, mais cativante e que seus valores são seus e que nada nem ninguém pode competir contra eles pois você sabe que o que você possui é apenas seu e demais ninguém ,e volte a confiar no seu taco pois ele é valioso e precioso e que como você não tem igual tem apenas parecido, pois Deus faz uma forminha de cada um e depois de feita ele à joga fora. Cante mais, viva mais, ame mais, arrisque-se mais, grite mais, chore quando nescessário, busque quando preciso, procure quando se achar perdida, indague quando não souber, corra mais, caminhe, voe, flutue, dance, rodopie, brinque, se trabalhar cada coisinha dessas um pouquinho a cada dia seus dias serão mais serenos e sua vida mais doce. Não tenha medo de ser feliz, não tenha medo de fazer alguém feliz, cultive, cative, ame, apaixone-se, case-se, tenha filhos, e conclua seu caminho por mais arduo e difícil que tenha sido mas faça tudo isso com um belo sorriso no rosto e com a cabeça erguida sempre enfrentando a tudo e a todos com a maior das suas virtudes... a sua FELICIDADE. Você é o meu novo gosto!!