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domingo, 26 de outubro de 2008

As Walkírias

Pega meu corpo de boneca
inflável
— língua nos meus dedos devagar.
Aproveita que não éramos
uma Penélope recalcada
que perdeu seu homem pra
uma feiticeira.
Nós éramos a feiticeira.
Pega meu corpo de boneca
inflável
— palavrões nos meus ouvidos.
Queríamos ser a
Maria Magdalena
pra ter a certeza
que conseguiríamos corromper
o cristo.
Nós éramos a prostituta.
Pega meu corpo de boneca
inflável
e me acaricia na nuca,
que eu não era uma
Camélia prostrada
e a Branca de Neve
que conhecemos era só
mais um vírus na internet.
Nós éramos a maçã.
Pega meu corpo de boneca
inflável
— me morde nas coxas.
Que eu não tinha as neuras
de Mrs. Dalloway
nosso dia nos possuía em 52h e
e no nosso cardápio
não entrava baratas.
Nós éramos as donas da casa.
Pega meu corpo de boneca
inflável
— me espanca, faz o que quiser.
Pois há muito estupraram o amor
e não havia nada
que sobrevivesse à cama,
nosso front, nossa trincheira,
com estratégias jamais reveladas
em revistas femininas.
Pega meu corpo de boneca
inflável
que não era hora de se pensar.
A cama
o transe
e o nada.
sucumbido ali no meu corpo:
um homem
como muitos outros homens.
E se por acaso você não me obedecesse
e me largasse sozinha por aí,
encontraria um outro dia
o sorriso sensual
da soberba indiferença,
que sacode os ombros e
dá as costas decotadas no
passo afirmado do salto.
Nós éramos Walkírias.
éramos guerreiras
nós éramos as Walkírias.

domingo, 28 de setembro de 2008

Amizade x Cumplicidade x Amor.




Eu acredito em Amizade x Cumplicidade x Amor.

Acredito também na importância de se construir relacionamentos onde a amizade e a sinceridade sejam notas dominantes, ao invés de sensualizar os relacionamentos – coisa tão comum nesses dias.

“Trocar figurinhas” sem confundir as coisas e perceber que podemos caminhar juntos obedecendo aos limites um do outro é, para mim, ponto fundamental para que sejam firmadas boas amizades, com sincero interesse de ajuda mútua.

Isso porque ser dono de seu próprio corpo é um direito inalienável já que ele é espaço do sagrado, verdadeiro templo da Eternidade.

Entretanto o cuidado com seu próprio corpo não deve se dar por simples medo de adoecer. Isso, este medo, em si, já é uma maneira de tornar-se doente.

Cuidar de si mesmo está relacionado a admitir que pessoas são pessoas. Para o bem das outras que, como afirmava Sócrates, o filósofo, voltará para mim mesma.

Como acontece com uma bolinha que você lança contra a parede: ela volta a você com a mesma intensidade com que a jogou.

Então acolher pessoas tem, aqui, um re-significação: abraçar sem aprisionar, como já dizia o dramaturgo inglês Shakespeare.

Por outro lado, também acredito que, com uma só pessoa eu deva compartilhar minha vida, minhas escolhas e ser cúmplice - um do outro.


Uma só pessoa, para mim, basta para exercer a difícil e misteriosa construção de uma profunda e substancial história a dois. Mais íntima. Segura. Feliz.

Experimentar o aconchego de um abraço depois de reparar as arestas é algo singularmente bom.

Estou disposta a isso.

E meus amigos serão sempre – e apenas – meus amigos.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Pensamentos Soltos




Ontem resolvi fazer aquela faxina, tentando jogar fora o que não me servia mais. Foi aí que foleando algumas folhas de um caderno, me deparei com um desabafo que fiz alguns dias atrás sobre uma pessoa que um dia foi um grande amigo, ou eu achei em determinado momento que fosse. É estranho como as pessoas tem o poder de deixar a gente pra baixo, eu particulamente me apego muito fácil a seres humanos nada humanos e vivia me surpreendendo com atos que eu não esperava. Hoje, continuo me apegando mas nada me surpreende mais, nem a morte da Dercy! Rs
As pessoas próximas a mim, as vezes confundem minha amizade com amor. Eu amo todo mundo mesmo, e com muita intensidade, porque se não tiver intensidade em tudo que eu faço, não vai ter graça nenhuma viver! Quando é amigo, eu sinto afeto, tenho carinho, desejo o bem, eu amo e muito, mas isso não que dizer que eu tenha algum interesse além disso, sexual, casual, paixonite. Nada disso! Mas tudo bem, eles ainda superam! hahaha!

Bom, o texto é esse aí, e se alguém ler, parece mesmo um término de um relacionamento bem sério.
E quem disse que amizade não é um relacionamento sério?!

***

Acho que teve medo. Medo de te se entregar de forma a que eu te prendesse .
Medo de se dar de forma que eu não te largasse. Mas como todo ser humano você é feito de duas matérias. Feito de nada e feito de tudo. Feito de corpo e feito de coração. Feito de indiferença e de matéria inflamável. Feito de egoísmo e de generosidade; de mentira e verdade; de vergonha e de abertura; de receio e de loucura. É feito de ti e foi feito para mim. Quando os nossos caminhos se cruzavam, era feito à minha medida, encaixava no que sou, no que por ti respiro. Quando éramos nós no mundo em que, pela primeira vez nos cruzámos, junto àqueles que sempre à nossa volta giraram, era feito de qualquer um deles, de qualquer papel, de plástico, de cartão... qualquer material vulgar, banal e usual ... rotineiro e repetitivo. Quando nos encontrávamos fora do nosso mundo, você se tornava como todos os outros , aliás , fora do nosso mundo, eu me tornava qualquer uma, qualquer pessoa de passo apressado, mais ou menos próxima de ti. Para mim me amava, para o mundo me conhecia. Para mim eu era-te precisa, causadora de saudades, até de algum ciúme ... para o mundo você me era preciso, causador das maiores saudades e dos mais tremendos ciúmes. Saiba que para mim era o mundo ... e eu sei que , para ti, eu era uma no mundo. Chegámos a ser existências entrelaçadas. Hoje não somos nada ...